“Examinar o caso dos macacos-prego sequestradores foi meio que uma montanha-russa, em que tivemos várias interpretações diferentes e, depois, descobríamos algo que refutava cada uma delas”, disse Goldsborough, autora principal do estudo e doutoranda no Instituto Max Planck de Comportamento Animal e na Universidade de Konstanz.A Ilha Jicarón é desabitada por humanos. Sem eletricidade e com terreno rochoso, os cientistas precisam transportar seus equipamentos e materiais por barco quando a maré está favorável, o que torna as observações presenciais dos ariscos macacos-prego bastante difíceis. Por isso, eles utilizam armadilhas fotográficas: câmeras escondidas e acionadas por movimento, que capturam fotos e vídeos dos macacos-prego que vivem no chão.Mas há uma grande limitação nesse trabalho: você não sabe o que não pode ver, e as armadilhas fotográficas não capturam o que acontece no topo das árvores, onde vivem os bugios. Portanto, a equipe do estudo não pôde confirmar de forma definitiva como, quando ou por que os macacos-prego sequestraram os filhotes.A princípio, os pesquisadores pensaram que fosse um caso raro e isolado de adoção. Sabe-se que macacos “adotam” filhotes abandonados da mesma espécie ou de outras. Mas Joker não estava cuidando dos bugios — ele apenas os carregava nas costas, sem nenhum benefício aparente para si, até que os filhotes acabavam morrendo de fome por não terem acesso ao leite materno.
Macacos sequestram filhotes de outra espécie e intrigam cientistas; entenda
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