Um rascunho de comunicado da cúpula árabe adotou nesta terça-feira (4) um plano egípcio para o futuro de Gaza e pediu à comunidade internacional e às instituições financeiras que dessem apoio ao plano rapidamente.
A proposta excluiria o Hamas da governança do enclave quando a guerra terminasse, mostra um rascunho do plano obtido pela CNN.
O texto deve ser discutido por líderes árabes reunidos no Cairo em uma cúpula de emergência nesta terça-feira e será apresentado ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nas próximas semanas, disseram fontes oficiais jordanianas à CNN anteriormente.
O Egito está propondo a formação de um comitê palestino independente e tecnocrático para governar Gaza por um período provisório de 6 meses “sob o guarda-chuva” da Autoridade Palestina (AP) sediada na Cisjordânia, cujos membros não teriam nenhuma afiliação a facções palestinas, disse o documento.
Com o slogan “Gaza 2030” e ostentando um logotipo presidencial egípcio, o documento de 90 páginas propõe que o Egito e a Jordânia treinem as forças policiais palestinas para serem mobilizadas para proteger a faixa.
A CNN não pôde confirmar a autenticidade do documento. A CNN entrou em contato com as autoridades egípcias para comentar.
O plano rejeita o deslocamento de palestinos de Gaza e apela à comunidade internacional para abordar a “catástrofe humanitária” criada pela guerra de Israel lá.
O plano pós-guerra, disse o documento, requer arranjos para governança transicional “de uma forma que preserve a solução de dois estados (para o conflito israelense-palestino) e evite a eclosão de novos conflitos”.
O documento de reconstrução do Egito para Gaza custará US$ 53 bilhões, de acordo com uma cópia do documento vista pela Reuters.
O texto de 112 páginas inclui mapas mostrando como a terra de Gaza seria reconstruída e dezenas de imagens coloridas geradas por IA de empreendimentos habitacionais, jardins e centros comunitários.
O plano inclui um porto comercial, um centro de tecnologia e hotéis de praia.
Um plano árabe para Gaza iria contrariar a ambição do presidente dos EUA, Donald Trump.
Trump enfureceu o mundo árabe ao declarar inesperadamente que os Estados Unidos tomariam Gaza, reassentariam sua população palestina de mais de 2 milhões de pessoas e a desenvolveriam para se tornar uma “Riviera do Oriente Médio”.
*Com informações da Reuters