Viagens para outros planetas do sistema solar ainda são um sonho. A própria viagem à Lua, que aconteceu apenas uma vez em 1969, ainda é um grande desafio para cientistas e astronautas que desejam repeti-la.Ao redor do mundo, porém, iniciativas governamentais e privadas buscam soluções para otimizar o tempo e o custo dessas viagens, em especial para Marte, planeta que mais gera curiosidade econômica em muitos países.Exemplo dessas empreitadas é o foguete Sunbird, da startup britânica Pulsar Fusion, que promete reduzir pela metade o tempo de uma viagem da Terra a Marte nos próximos anos. A expectativa, segundo os pesquisadores da companhia, é realizar a primeira viagem já em 2027.“Estamos enfrentando uma crise tanto energética quanto climática, mas há esperança”, explica o CEO da empresa, Richard Dinon, em vídeo de divulgação do projeto. “Se pudermos resolver um problema, talvez consigamos resolver os dois de uma só vez ao replicar o processo de fusão nuclear que ocorre no sol.”Como funciona o foguete Sunbird?Chamado de Sunbird, em referência ao Sol, o modelo de foguete britânico utiliza um sistema de propulsão baseado em fusão nuclear, o Duel Direct Fusion Drive (DDFD), que promete tornar viagens interplanetárias mais rápidas e eficientes.O grande diferencial do Sunbird, segundo seus criadores, está em seu motor de fusão nuclear compactado, capaz de fornecer tanto impulso quanto energia elétrica para espaçonaves. Veja o foguete: Com uma potência de 2 MW, Sunbird permite missões mais longas e complexas, pois amplia a capacidade de operação de instrumentos científicos e sistemas de comunicação em outros planetas. • Divulgação/SunbirdSegundo simulações da Pulsar Fusion, essa tecnologia pode viabilizar o envio de espaçonaves com 1.000 kg até Plutão, por exemplo, em apenas quatro anos, um tempo significativamente menor do que o necessário para missões atuais. Foguete da Pulsar Fusion poderá ser utilizado em transporte de cargas, exploração de planetas e até mineração no espaço • Divulgação/Pulsar FusionReduzindo o tempo de viagem a MarteAtualmente, missões convencionais levam cerca de sete meses para chegar a Marte. Com o Sunbird, esse tempo pode ser reduzido para aproximadamente 150 dias. Isso ocorre, na visão dos pesquisadores da Pulsar, porque a tecnologia DDFD permite um impulso contínuo e de alta eficiência, minimizando a necessidade de grandes quantidades de propelente químico.Na prática, o modelo funciona de forma integrada: uma espaçonave lançada da Terra até a órbita baixa (LEO) se acopla a um Sunbird já posicionado no espaço. A partir desse ponto, o foguete assume a propulsão, utilizando a energia da fusão nuclear para acelerar a espaçonave e reduzir drasticamente o gasto de combustível.Assista à simulação:Cronograma de desenvolvimentoO projeto Sunbird encontra-se atualmente na fase de fabricação do protótipo inicial. Os primeiros testes estáticos estão programados para 2025, com uma demonstração em órbita prevista para 2027.Se os resultados forem positivos, a equipe da Pulsar espera que essa tecnologia inaugure uma nova era na exploração espacial, tornando missões interplanetárias mais acessíveis e frequentes. Alguns desafios, porém, estão no radar dos cientistas.“A fusão nuclear para geração de energia está avançando enormemente, mas ainda é muito difícil de viabilizar na atmosfera”, explica Richard Dinan, chairman da empresa. “Por isso, o trabalho que realizamos na Pulsar envolve câmaras de vácuo gigantes, que simulam o ambiente no qual o foguete vai operar, e paredes com um metro de espessura, para evitar a radiação de nêutrons de sair do simulador.”SXSW 2025: conheça as 10 tecnologias que devem revolucionar o mundo
Conheça foguete que promete reduzir tempo de ida a Marte pela metade
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