A gravidade exerce influência em quase todos os fenômenos físicos, químicos e biológicos que ocorrem em nosso planeta. Essa força, que puxa os objetos em direção ao centro da Terra, é o que faz com que nossos pés fiquem firmes ao chão enquanto caminhamos, além de determinar o funcionamento de nosso corpo e de todas as outras coisas que conhecemos na superfície terrestre.Em órbita espacial, no entanto, a gravidade já não nos atinge da mesma forma e é possível descobrir como o corpo humano e outros objetos se comportam na ausência de peso.O termo “microgravidade” é usado para se referir a esses ambientes, em que a ausência de peso é quase atingida – já que pequenas forças residuais, como o arrasto do ar ou a pressão solar, continuam agindo. A melhor maneira de atingir a microgravidade é no espaço.Essas condições diferentes das que vivenciamos no planeta Terra permitem que os cientistas em órbita conduzam experimentos que não seriam possíveis aqui, levando a resultados importantes em diversas áreas do conhecimento.Quais os efeitos da microgravidade?Os principais efeitos de um ambiente com microgravidade são aqueles observados em fluidos (líquidos ou gases), que passam a se comportar de maneira diferente sem a gravidade “puxando” eles para baixo.Segundo a Jaxa, a agência espacial japonesa, os principais fatores de diferença na microgravidade são:Ausência de flutuabilidade e sedimentação: na Terra, substâncias mais pesadas afundam, enquanto substâncias mais leves boiam (como água e óleo, por exemplo). No espaço, substâncias com densidades diferentes se dispersam de maneira uniforme.Ausência de convecção: na Terra, líquidos e gases que são aquecidos se tornam menos densos, fazendo com que eles subam e criando uma corrente de convecção. No espaço, isso não ocorre.Ausência de pressão hidrostática: na Terra, a pressão hidrostática exercida por líquidos aumenta quanto maior a profundidade (já que o peso do próprio líquido passa a exercer pressão). No espaço, não ocorre essa variação de pressão.Flutuação sem recipientes: para manipular um líquido na Terra, é preciso um recipiente que o contenha. No espaço, no entanto, os líquidos podem flutuar no ar e serem estudados sem a necessidade de um recipiente.Qual a importância dos estudos feitos em microgravidade?Na Terra, a gravidade age como uma força que pode distorcer os processos físicos que estão sendo estudados pelos cientistas. Em órbita, é possível observar e controlar os fenômenos e processos que normalmente seriam mascarados pelos efeitos da gravidade.A ausência de peso pode ajudar os cientistas a entender melhor o crescimento de tecidos, células e proteínas do corpo humano, possibilitando avanços no entendimento de como controlar esse processo e aperfeiçoar a medicina na Terra.Além disso, também é possível realizar processos de produção industrial sem o efeito da gravidade, que costuma influenciar fortemente os processos de fusão e solidificação de materiais, por exemplo. Estudar essas etapas sob microgravidade pode ajudar a entender melhor como os materiais se comportam e, portanto, melhorar a qualidade dos produtos finais.Como são feitos os estudos científicos em microgravidade?A Estação Espacial Internacional (ISS) é, atualmente, o maior laboratório científico em órbita. E o fato dela permanecer na órbita terrestre a longo prazo permite que diversos experimentos e estudos de longa duração sejam conduzidos em condições de microgravidade.Por ser um local habitável, a ISS também torna possível estudar os impactos da microgravidade no corpo humano dos astronautas – como, por exemplo, os efeitos do espaço que causam mudança na circulação de nosso sangue, um fluido que deixa de ser afetado pela gravidade.Os principais experimentos realizados em microgravidade estão relacionados a ciência e engenharia de materiais, física dos fluidos, ciência da combustão e efeitos do espaço no corpo humano.Por que os astronautas não podem fazer sexo no espaço? Entenda
Experimentos em microgravidade: qual sua importância na exploração espacial
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