Um grupo de trilheiros manifestou indignação após encontrar uma placa de ferro instalada na Pedra da Gávea, no Rio de Janeiro. A placa, que registra o nome de uma pessoa, número de subidas e tempo recorde, foi considerada inadequada e um precedente perigoso para a preservação do local. O vídeo com a reação dos trilheiros viralizou nas redes sociais.A placa de ferro fixada na Pedra da Gávea traz a inscrição do ano de 2008, o nome de Flávio Lemos, o número de 270 subidas, e o tempo de 44 minutos. Um dos trilheiros, que se identifica como frequentador do local há mais de 25 anos, expressou sua revolta com a situação. A “homenagem”, como foi ironicamente classificada, gerou questionamentos sobre a autorização para a instalação e o risco de outras placas surgirem no futuro. “Como assim, galera? Como assim?”, questiona o trilheiro no vídeo.Veja vídeoAlém da indignação com a placa, os trilheiros criticaram a falta de prioridade na conservação da trilha e na limpeza do local. Eles alegam dificuldade em mobilizar pessoas para a remoção de pichações, contrastando com a facilidade para a instalação da placa comemorativa. “Para tirar piche ninguém vem. (…) Para fazer manutenção da trilha, ninguém faz. Agora para colocar uma plaquinha de m**** aqui é f***, né?”, desabafou um dos trilheiros.A trilha da Pedra da Gávea está localizada no Parque Nacional da Tijuca. Entre as regras para visitação que mudaram em 2024, estão o limite irrestrito diário de visitantes e o acesso de pedestres e ciclistas permitido das 6h às 17h. Veículos motorizados leves podem acessar das 8h às 17h, com limite ampliado para 600 carros e 80 motos por dia. A permanência no parque é permitida até 18h, estendendo-se até 19h no verão. Nos setores Pedra Bonita e Pedra da Gávea, o horário de funcionamento é das 8h às 17h, com saída permitida até 18h no verão. Os horários sujeitos a alterações devido às condições climáticas.Remoção de placaDeterminados a resolver a situação, o grupo anunciou que irá remover a placa. “Vamos tirar essa placa daí agora”, afirmou um dos trilheiros, recebendo apoio de outro. Eles argumentam que a instalação da placa não tem lógica e afirmam que irão retirá-la, assim como fazem com as pichações encontradas no local.A CNN buscou o Parque Nacional da Tijuca que confirmou a remoção da “homenagem”, fixada na Pedra da Gávea.Veja notaO Parque Nacional da Tijuca informa que, após verificação, constatou que a placa não se encontra mais no local. Por meio das imagens de redes sociais, a fiscalização da Unidade de Conservação irá avaliar a possibilidade de identificar o infrator para possível notificação/multa sobre o vandalismo.É importante reforçar que o vandalismo, como pichação e instalação de estruturas não autorizadas dentro da UC, são expressamente proibidos e constituem infração ambiental, sujeita a multas que variam de R$ 500,00 a 10.000,00.O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) também foi procurado.Veja notaO Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) tomou conhecimento da instalação irregular de uma placa na Pedra da Gávea, localizada no Parque Nacional da Tijuca, no Rio de Janeiro (RJ). A área onde a placa foi fixada é de difícil acesso, exigindo cerca de três horas de trilha com trechos de escalada.O Iphan informa que entrou em contato com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), responsável pela gestão do parque, que se comprometeu a realizar fiscalização no local para apurar a situação.O Instituto oficiará o ICMBio, solicitando relatório da fiscalização e a retirada imediata da placa, bem como de quaisquer outros elementos irregulares que porventura tenham sido afixados no monumento natural. Os responsáveis pela instalação da placa também deverão ser identificados, notificados e devidamente autuados.
Trilheiros denunciam instalação de placa na Pedra da Gávea (RJ)
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