Em entrevista à CNN, a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) afirmou que a Câmara dos Deputados e o Palácio do Itamaraty já deviam ter se pronunciado e se movimentado a respeito da decisão tomada pelos Estados Unidos de identificá-la como homem em uma nova solicitação de visto.“Eu acho que tanto a Câmara dos Deputados, quanto o próprio Itamaraty já deveriam ter se posicionado. Eu entendo que nós estamos numa semana esvaziada, eu entendo que existe uma linha tênue dentro dessa disputa e dessa relação geopolítica dos Estados Unidos com outros países do mundo, mas sem sombra de dúvida nenhuma, nós podemos esperar mais, esperar a semana passar”, disse a parlamentar em entrevista à CNN nesta quinta-feira (17).Ela tinha sido convidada para palestrar neste mês, em um evento realizado na Universidade de Harvard e no Instituto de Tecnologia de Massachusett (MIT, na sigla em inglês), quando teve o retorno acerca do documento.Em nota encaminhada à CNN sobre o assunto na última quarta-feira (16), a Embaixada embasou a decisão afirmando que é política do país reconhecer dois sexos — feminino e masculino –, que são considerados, segundo os EUA, “imutáveis” desde o nascimento.“Uma parlamentar teve o seu direito a ir em uma agenda oficial, representando o Estado brasileiro, negado por conta de uma violação do seu direito e por conta da violação de um documento oficial brasileiro. Não significa um nome social, são os meus documentos, a minha certidão de nascimento, o meu RG, o meu passaporte diplomático me reconhecem enquanto mulher e é importante que a Câmara dos Deputados e o Itamaraty se pronunciem o quanto antes possível”, continuou Hilton.Além de Hilton, a deputada Duda Salabert (PDT-MG) também relatou ter passado pela mesma situação há 15 dias.Hilton disse que está terminando de escrever uma ação que será apresentada na Organização das Nações Unidas (ONU) e que também pretende acionar a Comissão de Relações Exteriores da Casa legislativa em que atua.“É preciso que se denuncie esses absurdos que estão acontecendo lá [Estados Unidos]”, reafirmou.A CNN entrou em contato com a Câmara dos Deputados e com o Itamaraty e aguarda retorno.
Acho que a Câmara e o Itamaraty já tinham que ter se pronunciado, diz Erika
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