Cuidar de uma gestante é sempre cuidar de dois corações – o dela e o do bebê. Quando falamos em anestesia na gravidez, esse cuidado ganha ainda mais delicadeza, responsabilidade e precisão.Durante a gestação, o corpo da mulher muda completamente: o coração trabalha mais, os pulmões têm menos espaço, o rim filtra em dobro. São transformações naturais, mas que exigem do anestesiologista um olhar ainda mais atento, principalmente quando há necessidade de procedimentos cirúrgicos ou do próprio parto.Alívio da dor e segurança no nascimentoNo momento do parto, a anestesia não serve apenas para tirar a dor – ela ajuda a construir uma experiência mais positiva, segura e acolhedora.dprNo parto normal, a analgesia peridural contínua permite o alívio da dor de forma personalizada e segura: como o trabalho de parto pode durar horas, as doses de anestésico podem ser fracionadas e ajustadas conforme a necessidade da mãe, garantindo conforto durante todo o processo.Na cesárea, a raquianestesia é a técnica mais comum. Ela oferece alívio total da dor, com a mãe acordada e consciente para viver esse momento tão único – sempre com total segurança para o bebê.Quando a gestação exige ainda mais atençãoEm casos de hipertensão gestacional, diabetes, obesidade ou doenças cardíacas, o plano anestésico precisa ser ainda mais personalizado. Essas situações pedem uma abordagem integrada entre anestesista, obstetra e equipe multiprofissional, com foco total no bem-estar da mãe e do bebê.E quando a gestante precisa de uma cirurgia não planejada?Nem sempre a gravidez segue o roteiro esperado. Às vezes, a gestante precisa de uma cirurgia que não está relacionada ao parto – como uma apendicectomia ou colecistectomia.Nesses casos, a anestesia é possível e segura, desde que respeite todas as particularidades da gestação: o estágio em que a gravidez se encontra, os medicamentos mais adequados, a posição correta da paciente na mesa cirúrgica e, claro, o monitoramento constante e criterioso de mãe e bebê.Anestesia é cuidado. E cuidado é afeto.Anestesiar uma gestante é exercer a medicina com o máximo de ciência e empatia. É ter em mente que há uma vida que pulsa… dentro de outra.E que cada escolha feita ali – desde a avaliação prévia até o último minuto do procedimento – pode transformar desfechos, experiências e histórias.*Texto escrito pelo médico anestesista Gabriel Redondano (CRM 116688 – RQE 30533)Cesarianas antecipam partos no Brasil, com riscos para os bebês
Anestesia no parto: entenda riscos e cuidados dos médicos no momento
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