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Tesla enfrenta crise sem precedentes com queda em vendas e lucro

por afonsobenites
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A situação na Tesla está ruim. Suas vendas estão diminuindo, seus lucros estão despencando, assim como o preço de suas ações. Há protestos regulares em frente às suas concessionárias. O Cybertruck é um fracasso. E, de alguma forma, a situação é ainda pior do que parece.A queda de 71% no lucro líquido recentemente reportado pode ter sido ofuscada pelo anúncio do CEO Elon Musk de que ele se afastaria de suas funções no Departamento de Eficiência Governamental (DOGE).Mas essa queda é apenas um indicador da grave enfermidade financeira da fabricante de veículos elétricos, problemas causados pela queda nas vendas pela primeira vez em sua história e pela redução nos preços dos veículos elétricos.O problema fundamental da Tesla é seu lucro líquido em declínio. Uma análise mais profunda de seu relatório do primeiro trimestre mostra que a empresa está perdendo dinheiro com o que deveria ser sua razão ostensiva de existência — vender carros.A fabricante só conseguiu registrar um lucro de US$ 409 milhões no trimestre graças à venda de US$ 595 milhões em créditos regulatórios para outras montadoras. Mas se o governo Trump conseguir o que quer, a empresa pode dar adeus a esses recursos que a mantêm no azul.A empresa também enfrenta possíveis aumentos de custos devido às tarifas que o governo Trump está considerando sobre peças automotivas importadas, que mesmo Musk admitiu que poderiam ser significativas, embora menos do que para alguns concorrentes.As vendas estão caindo em parte devido à crescente concorrência de ofertas de veículos elétricos de outras montadoras, especialmente na China.As vendas da Tesla estão diminuindo tanto na Europa quanto na China, mesmo quando as vendas gerais de veículos elétricos aumentam nesses mercados-chave.Mas a Tesla também está sendo prejudicada pelas atividades políticas de Musk, desde liderar o esforço para reduzir drasticamente o governo federal dos EUA até apoiar partidos de extrema direita ao redor do mundo, como o AfD alemão.Mesmo alguns de seus fãs em Wall Street acreditam que o dano à marca pode ser duradouro, apesar da alegação de Musk de que pretende se afastar do DOGE.Musk: Tesla não está à beira da mortePara o CEO da companhia, porém, a situação não é desespero.“Passamos por muitas crises ao longo dos anos e na verdade estivemos […] à beira da morte – pelo menos, talvez uma dúzia de vezes”, disse ele aos investidores na teleconferência da última terça-feira (22).“Este não é um desses momentos. Não estamos à beira da morte, nem perto disso. Existem alguns desafios e espero que este ano provavelmente teremos alguns obstáculos inesperados, mas continuo extremamente otimista sobre o futuro da empresa.”Mas o que não foi discutido na teleconferência foi o fato de que o governo Trump quer eliminar as regras federais de emissões que favorecem as montadoras que vendem veículos elétricos.A administração republicana também quer acabar com o direito da Califórnia e de outros oito estados de exigir regulamentações de emissões mais rigorosas do que os padrões federais que proibiriam a venda de veículos movidos a gasolina até 2035.Sem regras rigorosas de emissões nos níveis federal e estadual, não haveria vendas de créditos regulatórios. A venda desses créditos federais e estaduais tem sido bastante lucrativa para a Tesla, gerando US$ 8,4 bilhões em receita desde o início de 2021, dinheiro que basicamente foi direto para seu resultado final.Durante grande parte de sua história, a Tesla dependeu da venda desses créditos porque estava perdendo dinheiro com seus carros e produtos de energia solar. Mas desde o segundo trimestre de 2021, havia sido lucrativa em todos os trimestres mesmo sem as vendas de créditos — até o trimestre mais recente.Margem de lucro em quedaUma margem de produto importante também está encolhendo: a margem de lucro automotivo bruto, que exclui não apenas as vendas de créditos regulatórios, mas muitas outras despesas.A margem foi de 12,5% no primeiro trimestre, uma queda em relação ao pico de 30% no primeiro trimestre de 2022.A última vez que a Tesla teve uma margem de lucro tão baixa foi no início de 2012, de acordo com pesquisa do Morgan Stanley, quando a empresa estava apenas começando e vendia apenas 5.600 carros por ano, ou quase o que vendeu por dia, em média, no ano passado.A margem de lucro de 30% em 2022 havia tornado a Tesla a montadora mais lucrativa do país, mesmo vendendo apenas uma fração dos veículos comercializados pela General Motors, Ford ou Stellantis.Entre a combinação de lucros saudáveis e o crescimento das vendas da Tesla entre 37% e 87% ao ano, as ações foram direto para — como Musk gosta de dizer — a lua. Isso a tornou, de longe, a montadora mais valiosa do planeta, e Musk a pessoa mais rica.Mas as vendas entraram em marcha ré no ano passado, marcando seu primeiro declínio anual na história. Parte disso foi impulsionada pela crescente concorrência de ofertas de veículos elétricos de outras montadoras, particularmente na China, e em parte pela rejeição de alguns compradores descontentes com as posturas políticas cada vez mais conservadoras e controversas de Musk.A promessa — e os problemas — dos robotáxisMesmo alguns dos que ainda estão otimistas com as ações da Tesla acreditam que houve danos duradouros à marca, mas acreditam que a empresa se beneficiará da introdução de robotáxis que fornecerão corridas sem motorista através de um novo serviço de compartilhamento de corridas que a Tesla diz estar prestes a estrear em Austin, Texas.O Departamento de Transportes norte-americano pareceu dar um impulso aos esforços de direção autônoma da Tesla na quinta-feira (24), ao anunciar uma “estrutura de veículos automatizados”, que inclui “remover barreiras regulatórias desnecessárias” e permitir a implantação comercial de veículos automatizados.Os investidores interpretaram isso como mais um sinal da administração Trump tomando medidas para ajudar a Tesla, com suas ações subindo 10% na sexta-feira (25). Mas a estrutura não garante que seus esforços de direção autônoma há muito prometidos serão bem-sucedidos.Musk afirma que esse serviço, e a introdução de robôs humanoides que ele diz que estarão trabalhando nas fábricas da Tesla ainda este ano, tornarão a fabricante mais valiosa do que as cinco maiores empresas do mundo combinadas.Os fãs das ações ainda acreditam no futuro que Musk prevê, mesmo que alguns não sejam tão otimistas quanto ao cronograma.Gene Munster, sócio-gerente da Deepwater Asset Management, atribui as margens de lucro mais baixas em parte à redução das vendas e em parte a um aumento de US$ 250 milhões em pesquisa e desenvolvimento.“É um ano feio, mas eles estão meio que se preparando para o que devem ser melhorias no próximo ano”, disse ele.Ele concorda com a visão de Musk de que a Tesla está bem posicionada para lucrar, capturando grande parte do mercado de compartilhamento de corridas.Mas a GM recentemente abandonou sua própria oferta de robotáxi após concluir que “o tempo e recursos consideráveis necessários para escalar o negócio, junto com um mercado de robotáxi cada vez mais competitivo” não sustentavam um caso de negócio.A Ford também recuou muito de seus próprios esforços de desenvolvimento de veículos autônomos após concluir que não seria lucrativo tão cedo.“Veículos totalmente autônomos lucrativos em escala ainda estão longe”, disse o CEO da Ford, Jim Farley.Musk vem prometendo que os robotáxis da Tesla estavam a cerca de um ano de distância há pelo menos seis anos, e até ele admite que a empresa não cumpriu previsões anteriores sobre o cronograma de suas capacidades de “direção totalmente autônoma” ou FSD.“Eu sou o menino que gritou FSD”, disse ele em uma ligação com investidores em julho de 2023. E mesmo ao apresentar seus últimos planos para robotáxis em outubro, ele admitiu que tende “a ser um pouco otimista com prazos.” Trocar imagemTrocar imagemTrocar imagem 1 de 15 1- Honda LegendEm 2021, a Honda apresentou o sedan Legend, o primeiro veículo com software Nível 3 a ser comercializado. Equipado com o sistema “Traffic Jam Pilot”, ele integra condução autônoma parcial, ou seja, possui a capacidade de controlar a aceleração, a travagem, setas e o volante. Contudo, ao assumir a direção, o veículo necessita da confirmação do condutor para fazer manobras em segurança. Além disso, o “Traffic Jam Pilot” no momento só pode ser acionado até os 50 km/h.A Honda busca desenvolver um modelo com máxima autonomia até 2029. O objetivo da companhia é reduzir a taxa de fatalidades envolvendo seus veículos a zero. • REUTERS/Issei Kato/Arquivo Trocar imagemTrocar imagem 2 de 15 2- O “guardião” da ToyotaA Toyota trabalha o Conceito de Mobilidade em Parceria (Mobility Teammate Concept, ou MTC) na automação de seus veículos. A ideia consiste “na crença de que pessoas e veículos podem trabalhar juntos para tornar a mobilidade segura, conveniente, eficiente e divertida”. O “carro chefe” da iniciativa é o sistema Guardian, que está sendo testado em modelos do sedan LS da Lexus, a divisão de luxo da Toyota. A ideia é integrar ao esforço do motorista o auxílio de uma IA que dê assistência e orientações.Outra alternativa é o sistema Chauffeur, destinado para aqueles que não podem ou optam por não dirigir, que possuirá um software de Nível 4, ou seja, o veículo poderá se dirigir sozinho. • Divulgação/Toyota Trocar imagemTrocar imagemTrocar imagem 3 de 15 3- O conceito de futuro da VolkswagenEm 2022, a Volkswagen apresentou o veículo “conceito” GEN.TRAVEL, cuja ideia é apresentar a mobilidade do futuro. O carro elétrico futurista é um protótipo real que dirige de forma autônoma, com o software mais avançado (Nível 5), que permite ao veículo atingir altas velocidades. • Volkswagen Group (VAG)/divulgação Trocar imagemTrocar imagem Trocar imagemTrocar imagemTrocar imagem 4 de 15 O GEN.TRAVEL permite que o motorista desfrute do tempo em deslocamento para lazer ou trabalho. O modelo inclusive conta com uma tecnologia de realidade aumentada.Segundo o Grupo Volkswagen, o projeto é um “estudo para 2030”. Assim, a proposta é testar recursos que poderão ser usados em trabalhos futuros não só da marca principal, mas para o grupo como um todo, como Audi, Bugatti e Porsche. • Volkswagen Group (VAG)/divulgação Trocar imagemTrocar imagem 5 de 15 4- Cruise, da GMCruise é a marca de autônomos da General Motors, a fabricante da Chevrolet, cujos veículos autônomos elétricos rodaram pela cidade de São Francisco, na Califórnia. Contudo, a experiência gerou uma certa dor de cabeça para a GM. A Administração Nacional de Segurança Rodoviária (NHTSA, na sigla em inglês) abriu investigações contra a Cruise após três denúncias de falhas no sistema. Em 2022, a empresa chegou a repensar o software dos veículos depois de um acidente com duas pessoas feridas.A montadora vem promovendo uma campanha para conscientizar vendedores e compradores que seu software de Nível 3 ainda requer a atenção do piloto. Agora, a GM busca uma licença para produzir mais de 2.500 veículos autônomos anualmente nos EUA.  • Divulgação/GM Trocar imagemTrocar imagemTrocar imagem 6 de 15 5- UberOs esforços da Uber para desenvolver carros autônomos começaram em 2015. Segundo a empresa, o objetivo é “reimaginar a maneira como o mundo se move para o melhor”. Ao longo dos anos, o aplicativo de transporte tentou investidas com diversas montadoras de veículos e desenvolvedoras de tecnologia. • REUTERS/Francis Mascarenhas Trocar imagemTrocar imagem Trocar imagemTrocar imagemTrocar imagem 7 de 15 Uber e VolvoA primeira parceria foi em 2016, quando a Uber uniu forças à Volvo. O primeiro veículo a “ganhar vida própria” foi o SUV XC90, anunciado em junho de 2019. Equipado com radares ultrassônicos, câmeras 360º e sistemas de backup para freios, direção e energia, o modelo iria compor “uma frota segura, escalável e autônoma”, segundo a Uber.Contudo, em 2018, ainda na fase de testes, o XC90 atropelou uma pedestre, ocasionando um acidente fatal. Após o julgamento do caso no final de 2019, a Uber perdeu a licença para testes no estado do Arizona. • Divulgação/Volvo Trocar imagemTrocar imagem 8 de 15  Os testes passaram a ser limitados, até que em 2020 a Uber vendeu sua operação de autônomos após ser processada pela Waymo – divisão de carros autônomos da Alphabet, dona do Google – por espionagem industrial.Hoje, a parceria com a Volvo segue para automatizar a frota de caminhões da Uber Freight, projeto de carretos do aplicativo. • Divulgação/Volvo Trocar imagemTrocar imagemTrocar imagem 9 de 15 Uber e MotionalEm 2022, a Uber retomou o sonho de ter uma frota de autônomos para transporte de passageiros. O aplicativo firmou contrato com a Motional, uma startup de tecnologia fruto de um consórcio entre a Aptiv e a Hyundai. Em Las Vegas, o “táxi robô” da Motional já atende tanto pedidos de viagens quanto entregas pelo Uber Eats. O veículo possui um piloto a postos caso se faça necessário. • Divulgação/Motional Trocar imagemTrocar imagem Trocar imagemTrocar imagemTrocar imagem 10 de 15 Uber… e WaymoQuase três anos após a conclusão do processo, a Uber e a Waymo fecharam uma parceria para atender a cidade de Phoenix em conjunto. O projeto é atrativa para a Uber por atender as expectativas de seus clientes e reduzir gastos. Já para a Waymo, a oportunidade é perfeita para se ter acesso instantâneo à base de clientes da Uber. A empresa possui uma meta de aumentar em 10 vezes as solicitações de viagens até o verão de 2024. A operação da Waymo cobre uma região de cerca de 466,2 km², área maior que a cidade de Salvador, Bahia (423 km²). Recentemente, a Waymo conseguiu uma licença para operar em qualquer hora do dia na cidade de São Francisco. • Divulgação/Waymo Trocar imagemTrocar imagem 11 de 15 6- BMW iXO modelo é o primeiro SUV completamente elétrico da montadora alemã. O iX foi lançado em 2022 com os Níveis 1 e 2 de automação, ou seja, ele consegue controlar aceleração e frenagem e indicar algumas direções.Em agosto daquele ano, a BMW reforçou que um acidente com o iX – que acabou em uma fatalidade – ocorreu pois o motorista deveria ter ficado atento à estrada. O Grupo BMW segue em parceria com as empresas de tecnologia Qualcomm Technologies e Arriver para produzir veículos com automação de Nível 3 até 2025 em outros modelos da marca, como o novo BMW Série 7. • Divulgação/BMW Trocar imagemTrocar imagemTrocar imagem 12 de 15 7- Carro robô da Baidu, o “Google da China”A Baidu, popularmente conhecida como “Google da China”, anunciou em 2022 o desenvolvimento do ROBO-01. O veículo produzido pela JIDU, parceria entre a Baidu e a Geely, promete configurações inteligentes de direção com um design futurista. O conceito pode apresentar tecnologia de Nível 4, a autonomia quase total. • Divulgação/JIDU Trocar imagemTrocar imagem Trocar imagemTrocar imagemTrocar imagem 13 de 15 8- Audi GrandsphereA Audi define o conceito Grandsphere como “um jato particular sobre rodas”. O projeto foi apresentado em 2021 prometendo uma revolução nas estradas. Com 5,35 metros de comprimento, o sedan foi projetado para ter um luxuoso e espaçoso interior para os passageiros poderem aproveitar enquanto viajam em um veículo com autonomia Nível 4.  • Divulgação/Audi Trocar imagemTrocar imagem 14 de 15 9- Sistema Drive Pilot da MercedesNa Alemanha, os modelos EQS e S-Class da Mercedes-Benz já podem ser adquiridos com a tecnologia de autonomia Nível 3. O sistema Drive Pilot foi projetado para funcionar em rodovias com tráfego intenso em velocidades inferiores a 64,4 km/h. A Mercedes planeja comercializar os modelos com piloto automático ainda em 2023.  • Divulgação/Mercedes-Benz Trocar imagemTrocar imagemTrocar imagem 15 de 15 10- “Full Self-Driving” (FSD), da TeslaDesde 2016, o CEO da companhia, Elon Musk, promete que o sistema de piloto automático da Tesla é capaz de dirigir melhor que um piloto humano. Contudo, ao longo daquele ano, duas pessoas morreram em acidentes ligados ao piloto automático do Modelo S da Tesla.Segundo dados da NHTSA, o sistema da Tesla esteve envolvido em 736 acidentes e 17 mortes desde 2019. Apesar de Musk alegar que o FSD possa funcionar como um software de Nível 3, a incapacidade dele em conduzir o veículo o coloca como uma tecnologia de Nível 2. • Divulgação/Tesla Trocar imagemTrocar imagem visualização default visualização full visualização grid

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