LOGO PRIMEIRA MAO
Lar Mundo Criminosos da Yakuza no Japão são presos por atuar perto de biblioteca

Criminosos da Yakuza no Japão são presos por atuar perto de biblioteca

por marcellabrasil
0 comentários
criminosos-da-yakuza-no-japao-sao-presos-por-atuar-perto-de-biblioteca

Pense na famosa gangue Yakuza do Japão e você pode imaginar homens cheios de tatuagens se envolvendo em brigas sangrentas – típicas de filmes de ação e videogames.

Mas, na semana passada, quatro homens foram presos em Tóquio por um crime mais mundano: operar um escritório da organização criminosa muito perto de uma biblioteca.

Os suspeitos, com idades entre 55 e 77 anos, “conspiraram” para operar um escritório do crime de junho de 2024 a fevereiro de 2025. Só que o problema era estar “em uma área em um raio de 200 metros ao redor de uma biblioteca”, afirmou a polícia em um comunicado.

O homem mais velho, de 77 anos, era “membro de uma organização afiliada ao sindicato do crime organizado Sumiyoshi-kai”, um dos maiores grupos da Yakuza no Japão, acrescentou o comunicado.

Como funciona a fiscalização da organização criminosa

Longe de serem organizações clandestinas, muitos escritórios de gangues são registrados na polícia japonesa e têm presença consolidada em todo o país.

Por incrível que pareça, a capital japonesa tem regras rígidas sobre a atuação dos escritórios da Yakuza. A medida faz parte de uma campanha de segurança para eliminar o crime organizado.

Conhecidos pelas hierarquias rígidas e códigos de honra, os yakuzas – também conhecidos como boryokudan – praticam de tudo, desde extorsão e lavagem de dinheiro até drogas e tráfico sexual.

A Agência Nacional de Polícia (NPA) chega a listar os endereços comerciais de algumas organizações em seu site, como, por exemplo, a sede do Sumiyoshi-kai fica no bairro nobre de Akasaka, em Tóquio, não muito longe do prédio do parlamento.

Durante seu auge, na década de 1960, a Yakuza operava internacionalmente e contava com mais de 184 mil membros, segundo a NPA.

Mas o número tem diminuído constantemente nas últimas décadas, após a repressão policial para reprimir as atividades.

Embora ainda tenham permissão legal para existir, as regulamentações dificultaram a sobrevivência dos gângsteres. Isso porque se tornou ilegal recrutar yakuzas, suborná-los ou compartilhar lucros com eles.

Até mesmo conseguir contratos de telefonia móvel e alugar apartamentos se tornou mais difícil.

Número de membros da Yakuza diminui

Em 2024, o número de membros de sindicatos do crime organizado caiu pela primeira vez para menos de 20 mil, atingindo o mínimo histórico de 18.800, segundo dados da polícia.

Em Tóquio, os escritórios da Yakuza não podem operar a menos de 200 metros de escolas, centros de assistência social à infância, centros comunitários, museus, escritórios de liberdade condicional e tribunais de família – bem como bibliotecas.

As empresas não podem contratar membros da organização como seguranças, oferecer-lhes pagamentos por serviços ou assinar quaisquer contratos que “incentivem” as atividades com as gangues.

O resultado é a redução dessa organização, que hoje em dia são amplamente noticiadas por se dissolverem, buscarem novas vidas dentro da lei ou prometerem se comportar.

Em abril, a maior organização criminosa Yakuza do Japão, a Yamaguchi-gumi, prometeu encerrar a guerra longa com uma facção rival depois que a polícia intensificou a vigilância e restringiu suas atividades.

Três membros seniores da gangue entregaram pessoalmente uma carta à polícia prometendo “acabar com todas as brigas internas” e “nunca causar problemas”, informou a polícia à CNN.

você pode gostar