Um número recorde de americanos solicitou a cidadania britânica entre janeiro e março, de acordo com os primeiros dados do segundo mandato presidencial de Donald Trump.
Cerca de 1.931 americanos se candidataram para a cidadania, o maior número desde o início dos registros em 2004 e um aumento de 12% em relação ao trimestre anterior, segundo dados do Ministério do Interior do Reino Unido divulgados na quinta-feira (22). Os pedidos já haviam disparado durante o período de outubro a dezembro, que coincidiu com a reeleição de Trump.
Os pedidos bem-sucedidos de cidadãos americanos para se estabelecerem permanentemente no Reino Unido, em vez de apenas se mudarem para lá inicialmente, também atingiram um recorde no ano passado, o último período para o qual há dados oficiais disponíveis.
A residência permanente (settlement) inclui o direito de viver, trabalhar e estudar no Reino Unido por tempo indeterminado e pode ser usada para solicitar a cidadania. Mais de 5.500 americanos receberam o status de residência permanente (settled status) em 2024, um quinto a mais do que em 2023.
A última vez que os pedidos americanos de cidadania britânica aumentaram foi em 2020, durante o primeiro mandato presidencial de Trump e no auge da pandemia de Covid-19.
Outros dados também mostraram que, nos primeiros seis meses de 2020, mais de 5.800 americanos desistiram de sua cidadania, quase o triplo do número registrado em 2019. As estatísticas foram compiladas pela Bambridge Accountants, uma empresa com escritórios em Nova York e Londres, especializada em tributação internacional.
“Essas são principalmente pessoas que já deixaram os EUA e simplesmente decidiram que já chega”, disse Alistair Bambridge, sócio da Bambridge Accountants, à CNN em agosto de 2020.
Muitas pessoas que renunciaram à cidadania reclamaram de estar insatisfeitas com o clima político nos Estados Unidos na época e com a forma como a pandemia estava sendo tratada, mas outro motivo para sua decisão geralmente eram os impostos, disse ele.
Embora muitos americanos estejam procurando construir uma vida no Reino Unido e em outros lugares da Europa, isso está se tornando mais difícil.
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, disse na semana passada que o governo endureceria os requisitos para imigrantes legais e estenderia o tempo de espera para que os recém-chegados reivindicassem a cidadania.
E no início desta semana, a Itália promulgou uma lei que elimina a possibilidade de obter a cidadania por meio dos bisavós. O país já havia endurecido as regras de visto para cidadãos de fora da União Europeia.